Foto: Divulgação/Instituto Baleia Jubarte
O local deveria ser um cenário paradisíaco, com praias de areia branca, mar calmo e transparente, convidativo para um mergulho. Os passeios deveriam ter como única atração a rica biodiversidade local, com peixes de todas as cores e tamanhos convivendo harmoniosamente com tartarugas marinhas, moluscos, tubarões e até baleias.
Mas não é esse o cenário encontrado atualmente por quem visita o Parque Marinho dos Abrolhos, localizado no sul da Bahia. A riqueza natural hoje divide espaço com restos de papelão, plástico, tecido, espuma, metal, nylon, borracha, isopor, vidro, capacete, boneca, sapato, pneu e até roupa de mergulho.
Esses foram alguns dos itens coletados durante um mutirão realizado no dia 24 de outubro no local, que revelou uma grande quantidade de lixo poluindo as praias do arquipélago, ameaçando qualidade de suas águas, e, por consequência, a saúde de diversas espécies marinhas.
As coletas foram realizadas nas ilhas Redonda e Santa Bárbara por 68 colaboradores das ONGs Instituto Baleia Jubarte, Patrulha Ecológica – Escola da Vida, ICMBio-Caravelas e Organização Sócio-Ambiental Jogue Limpo. Em três horas de atividade os participantes coletaram quase 334 Kg de lixo.
Grupo recolheu quase 334 Kg de lixo
Após a pesagem dos resíduos, todo o material foi identificado e especificado (inclusive nomeando o país de origem do material). Foram encontrados quase 9 Kg de lixo internacional, vindo de países como EUA, China, Japão, Uruguai, Holanda, Malásia, Turquia, Grécia, Portugal e Espanha, entre outros.
Entre o lixo doméstico foram identificados material de pesca e de mergulho e frascos lubrificantes descartados no mar por embarcações que navegam no Banco de Abrolhos.
De acordo com o geógrafo e Educador Ambiental Kid Aguiar, ações como essa devem ser feitas com mais frequência, já que o local é um berçário da vida marinha. Preocupado, o ambientalista faz um alerta: “durante a limpeza em Abrolhos foram encontradas cavernas sendo transformadas em verdadeiros lixões que podem ameaçar a biodiversidade local”.
Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Baleia Jubarte outros mutirões devem ser feitos em breve, já que não foram recolhidos nem um quinto de todo o lixo presente na Unidade de Conservação.
por Redação EcoD
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