"Onde funcionam as coisas é onde a sociedade se apropria dos seus processos." Ladislau Dowbor
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segunda-feira, 16 de maio de 2011

POPULAÇÃO DE CAETITÉ SE MOBILIZA E IMPEDE PASSAGEM DE COMBOIO RADIOATIVO

Caetité é um município baiano com aproximadamente 48 mil habitantes

Milhares de pessoas fizeram um cordão humano em frente ao Cemitério de Caetité, conseguindo impedir a passagem do comboio radioativo composto por 13 caminhões que chegou a cidade por volta das 19h de ontem (15/05/2011), carregados de material atômico destinado ao distrito de Maniaçu, onde funciona a única unidade de extração de urânio em atividade no país.
Impedidos de seguir por esta via, o comboio deu a volta e tomou o rumo da BR que leva à Lagoa Real, com a intenção de alcançar a Fazenda Cachoeira, onde fica a mineração de urânio. Os caetiteenses estão dispostos a permanecer em vigília toda a noite, e tentam fazer contato com a população da Lagoa Real para garantir a mobilização necessária a fim de impedir a passagem do lixo radioativo pela estrada que liga aquela cidade a Maniaçu. A Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité (BA), a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania foram as instituições promotoras da convocação. Cogitado anteriormente para chegar na próxima semana na Bahia, tudo indica que a viagem do comboio possivelmente vindo de São Paulo foi antecipada para o dia 15 de maio, revoltando a população local que se mobilizou para rejeitar a carga nuclear. Os sindicatos de trabalhadores do Rio de Janeiro e de Brumado estão questionando a insegurança com que este transporte está sendo feito e os riscos que representa para o ser humano e o meio ambiente.
Na última quinta-feira, a Rádio Educadora Santana de Caetité tratou do assunto, levantando a possibilidade da carga radioativa ser a mesma que saiu da cidade de Poços de Caldas (MG), na década de 1990, destinada a São Paulo, e a ser utilizada pela Marinha Brasileira em um projeto de submarino nuclear. Ainda segundo informações extra-oficiais, depois de usado no projeto, esse material ficou confinado em algum lugar da capital paulista até ser liberado para voltar a Poços de Caldas. Em 2000, o então governador de Minas, Itamar Franco, proibiu a entrada da carga no Estado. Os microfones da Educadora foram colocados à disposição da direção das Indústrias Nucleares do Brasil-INB e reservado o horário da sexta-feira para esclarecimentos, mas ninguém se pronunciou.

Zoraide Vilasboas
Coordenação de Comunicação e Ascom/Abará

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

EX-PEDREIRO É SUCESSO EM RESENDE APÓS TER LIMPADO LAGOA SOZINHO


"A violência contra o meio ambiente é muito grande. Não só contra a natureza, mas também contra as crianças e o restante da humanidade. O mundo está doente", diz Antônio Albino Filho, ex-pedreiro de 67 anos que limpou, praticamente sozinho, o espelho d' água da Lagoa da Conscientização da Preservação da Natureza (nome dado em homenagem ao seu trabalho). Com uma intensa sensibilidade, o Velho do Lago, como é conhecido por todos na região do Mirante das Agulhas Negras, em Resende, conseguiu, há oito anos, mobilizar os moradores vizinhos a limpar a lagoa, que na época estava repleta de vegetação e de sujeira. 

Tudo ia bem até que um pequeno detalhe quase jogou o projeto no lodo. Por se tratar de uma área de proteção ambiental, não demorou muito para que a prefeitura fizesse valer o papel de fiscalizadora e aplicasse severas notificações aos praticantes da boa vontade ecológica. A consequência foi um abandono gradual dos, até então, parceiros. Incansável, o Velho passou a realizar sozinho a limpeza da lagoa. 

— Todo mundo ficou com medo de desafiar o governo. Eu não poderia deixar o local ficar do jeito que estava e decidi agir. Construí uma jangada e passei a limpar todos os dias. Às vezes, entrava em contato com colegas e amigos de outras regiões, mas em boa parte do tempo eu realizava o trabalho sozinho — conta.

O Globo
Reportagem e imagem: Felipe Sil

sábado, 11 de dezembro de 2010

MANIFESTO REINVINDICA AVANÇOS PARA AS POLÍTICAS DE JUVENTUDE NO GOVERNO DILMA

A conselheira Ângela Guimarães apresentou o documento no Encontro de Conselhos

Ativistas lançaram manifesto por “uma nova geração de políticas públicas de juventude” para o Brasil. Assinam o documento – que está aberto para adesões – integrantes do Conselho Nacional (Conjuve), de conselhos estaduais e municipais de juventude, pesquisadores do tema, gestores públicos, juventudes partidárias e lideranças de movimentos de juventude de todo país.

O manifesto reivindica que o próximo governo garanta a estruturação de um Sistema Nacional de Juventude com articulação entre União, Estados e municípios, confira status de Ministério à Secretaria Nacional de Juventude, assim como aconteceu com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), e a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM); e amplie a democracia participativa através do fortalecimento do Conjuve, da Rede de Conselhos e da realização da 2ª Conferência Nacional de Juventude.

O documento aponta, ainda, a necessidade de uma política de juventude transversal, com caráter interministerial e indica linhas gerais e metas a serem alcançadas nas áreas de educação, trabalho, inclusão, acessibilidade, reestruturação do ensino médio, redução do número de mortes entre os jovens e valorização da diversidade, entre outras.

As primeiras assinaturas foram coletadas durante o 3º Encontro de Conselhos e no Seminário Juventude em Pauta, promovido pela Ação Educativa. De acordo com a conselheira Ângela Guimarães, após a reunião do Conjuve (14 e 15/12), o documento será encaminhado à equipe de transição do governo.

Ana Cristina Santos
Ascom/Conjuve

Manifesto:

Para assinar o manifesto clique aqui.

POR UMA POLÍTICA DE JUVENTUDE ARTICULADA COM O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL!

O Estado Brasileiro por muito tempo tratou a temática juvenil de forma meramente reativa. Somente nos últimos anos, o tema ganhou maior visibilidade devido a organização e esforço de movimentos juvenis, forças políticas e sociais que produziram iniciativas que devem ser valorizadas como: Rede Nacional de Juventude (RENAJU), Diálogo Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis, Seminário Juventude e Projeto Nacional, promovido pelas juventudes partidárias, o Festival das Juventudes realizado em Fortaleza e o Pacto pela Juventude impulsionado pela sociedade civil do Conjuve.

O grande marco que representa o avanço nesta trajetória deu-se no Governo Lula com a institucionalização das PPJ no Brasil através da criação da Secretaria, do Conselho Nacional de Juventude e do ProJovem.

O Projovem como programa carro-chefe da PPJs do Governo Lula é um marco expressivo por combinar a elevação da escolaridade com a qualificação profissional. A nossa juventude vem sendo contemplada também com mais Escolas Técnicas Federais, ampliação do acesso ao ensino superior com PROUNI e REUNI, mais cultura e esporte com os Pontos de Cultura e as Praças da Juventude, dentre outros diversos programas e projetos, que apesar de não serem típicos de juventude, beneficiam diretamente milhões de jovens no Brasil.

Além disso, o Governo optou por realizar um amplo processo participativo por meio da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude que envolveu mais de 400 mil pessoas, num processo complexo de mobilização, onde 22 propostas foram priorizadas. Entretanto, compreendemos que a soma dos esforços realizados até agora fazem parte de um ciclo inicial que cumpriu um importante papel até aqui, mas, que neste momento, não é suficiente para que as políticas de juventude se consolidem e sejam sustentáveis numa verdadeira política de Estado.

Sempre destacaremos o empenho e esforço do maior fiador do processo de avanço das Políticas de Juventude no Brasil: o Presidente Lula. Entretanto, agora viveremos um novo momento com a mudança de Governo. O Governo Dilma iniciará um novo ciclo e cremos que nossa presidente eleita deva trabalhar por uma nova geração de Políticas Públicas de Juventude para o Brasil.

É imprescindível a forte presença e engajamento das juventudes partidárias, entidades e movimentos juvenis, intelectualidade e organizações da sociedade comprometidas com esta pauta, na caminhada pela emancipação da juventude e consolidação das políticas públicas de juventude.

Por isso, defendemos para esse início do Governo da Presidente Dilma, que algumas proposições sejam levadas a frente:
Estruturar Sistema Nacional de Juventude com os três entes federados (União, Estados e Municípios) articulados, buscando a equidade, tendo fontes de financiamento claras e específicas para as políticas de juventude com mecanismos diversos de controle e participação social da juventude nesse sistema;
Conferir “status ministerial” à Secretaria Nacional de Juventude, a exemplo da SEPPIR e SPM; Aprofundar a democracia participativa através do fortalecimento do Conjuve e da rede de conselhos de juventude e da realização da 2ª Conferencia Nacional de Juventude em 2011;
Estruturar uma Política Nacional de Juventude Universal fortalecendo uma nova estratégia interministerial articulando e integrando os atuais e novos programas específicos de juventude;
Fortalecer a perspectiva geracional juvenil nas políticas públicas setoriais assegurando a transversalidade do tema; Priorizar políticas públicas voltadas para a integração educação e trabalho, focando na reestruturação do Ensino Médio aproximando-o da realidade juvenil; redução da letalidade juvenil por homicídios ou por acidentes de trânsito; preparação para os cenários de Olimpíadas, Copa do Mundo, Pré-sal; e estruturação do serviço de banda larga. Sempre aprofundando a linha de investir e valorizar a diversidade juvenil combatendo o racismo, machismo e homofobia e impulsionar as políticas de inclusão social referenciadas no território.

domingo, 7 de novembro de 2010

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SANEAMENTO LANÇA JORNAIS COMUNITÁRIOS

Morador de Coronel João Sá, no semiárido baiano, o auxiliar administrativo Alex de Santana Carvalho virou repórter comunitário e garante que aprendeu a “superar as barreiras que envolvem o processo de produção de informações”. O resultado de seu trabalho pode ser conferido no jornal A Pedra, que foi lançado em 22 de outubro, e teve a participação de mais de 30 alunos de oficinas de educomunicação do PEAMSS – Projeto de Educação Ambiental e Mobilização Social em Saneamento. O município vizinho Cícero Dantas, que faz parte do projeto, também lançou o seu impresso comunitário, o Jornal Cicerodantense.

A estratégia de ensinar pessoas da comunidade a produzir mídias comunitárias é uma das ferramentas de educação ambiental e mobilização do projeto, que está sendo realizado em 13 municípios da Bahia. A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Urbano/Empresa Baiana de Águas e Saneamento (SEDUR/EMBASA) em convênio com a Fundação Juazeirense para o Desenvolvimento Científico, Tecnológico, Econômico, Sócio-cultural e Ambiental (FUNDESF), parceira da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Ao todo foram produzidos 13 jornais que tratam de temas socioambientais, levantados em cursos promovidos dentro do projeto e a partir de um diagnóstico participativo denominado biomapa – espécie de mapeamento da realidade de cada lugar, elaborado pelas próprias comunidades. Além de abordar a comunicação e a produção desses jornais, há cursos com temas que vão de saneamento e mobilização social a permacultura e legislação ambiental.

Para a coordenadora do projeto em Coronel João Sá, Karine Pereira da Silva, juntar educação ambiental e comunicação comunitária é um diferencial do projeto, que contribui para o exercício da cidadania desses alunos. Já a coordenadora da equipe local do PEAMSS em Cícero Dantas, Cristina Carvalho, lembra que o fazer jornal despertou nas pessoas habilidades pouco trabalhadas por muitos alunos – desde manusear equipamentos como máquinas fotográficas até desenvolver a leitura e a escrita.

Além disso, houve “a surpresa em reconhecer com um novo olhar problemas e belezas da cidade, que antes poderiam passar despercebidas”, lembra ela.

Será disponibilizada a versão em PDF dos 13 jornais no blog oficial do projeto. E até o final de 2010, serão lançados o número 2 de cada um dos impressos, e spots e programas de rádio que estão sendo produzidos na segunda etapa de cursos de educomunicação.

Por PEAMSS

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AÇÃO NACIONAL DE LIMPEZA EM ÁREAS VERDES ACONTECE NESTE SÁBADO

No próximo sábado, dia 6 de novembro, às 8h, durante a “III Ação Nacional FEBRAC – Limpeza de Áreas Verdes”, mais de mil empregados e empresários prestadores de serviços terceirizados unirão forças para limpar áreas verdes e principais pontos turísticos em 14 cidades. Organizado pela Federação Nacional das Empresas de Serviços e Limpeza Ambiental (Febrac), em conjunto com os Sindicatos Estaduais Associados, o evento será um dia de cidadania em que o segmento deixará o mundo melhor. 

As empresas prestadoras de serviços disponibilizarão todo o maquinário e material necessários para garantir a limpeza e conservação da área escolhida em cada estado, onde o lixo coletado, após separação, será entregue a entidades de reciclagem locais. Além disso, serão doadas mudas de plantas nativas e folders de educação ambiental, para incentivar ações sustentáveis de toda a população.

“A questão do lixo é um dos maiores problemas impostos ao ambiente e à sociedade. Abordá-la no processo de educação é um desafio cuja solução passa pelo entendimento de cada indivíduo quanto a suas responsabilidades”, diz o presidente da FEBRAC, Ricardo Garcia. Ele lembra que, tendo destinação inadequada, grande parte de resíduos inicialmente recicláveis termina sendo inutilizada. 

No caso de praças e parques, o lixo espalhado, muitas vezes, representa um risco para os animais que ali podem ser apreciados.  “As aves acabam ingerindo fragmentos, especialmente de plástico, e, como não conseguem digeri-los, tornam-se vítimas fatais dessa negligência humana”, registra. Por isso, muitos Estados escolheram praças realizar Ação Nacional: Maceió/AL - Memorial Teotônio Vilela; Salvador/BA - Praça da Igreja do Bonfim; Cidade 2000/CE – Praça Oficina do Senhor; Brasília/DF – Zoológico de Brasília; São Luís/MA – Aterro do Bacanga; Belo Horizonte/MG – Mercado Central; Campo Grande/MS - Praça Itanhangá; Almirante Tamandaré/PR - Bairro Tanguá; Florianópolis/SC - Praça XV de Novembro; São Paulo/SP – Parque das Bicicletas; Natal/RN – Parque das Dunas; e Aracaju/SE - Praça Princesa Isabel.

O mesmo acontece com os peixes.  Em alguns Estados do Brasil, a Ação Nacional Febrac vai operar diretamente contra a ameaça à vida aquática – no Rio de Janeiro, ela será feita na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos maiores espaços turísticos e de lazer da cidade. Em Belém/PA, o local escolhido foi a Orla de Icoaraci, conhecida por ser um ótimo lugar para apreciar o por do sol e pelos diversos restaurantes especializados em frutos do mar, barraquinhas de comidas típicas, água de coco, feira de artesanato e a praia do cruzeiro. Já a cidade do sol, Natal/RN, o calçadão da praia de Ponta Negra que receberá os cuidados dos prestadores de serviços.

“Nossa proposta é realizar anualmente a Ação, de modo a fazer dela um instrumento prático para a educação ambiental”, antecipa o presidente da Febrac. “É também uma maneira concreta das empresas de serviços terceirizados em Asseio e Conservação darem sua contribuição a uma causa de importância planetária”, completa.

SERVIÇOIII Ação Nacional Febrac – Limpeza de Áreas Verdes
Data: 06 de novembro de 2010
Mais informações: www.febrac.org.br / (61) 3327-6390

Fonte: Assessoria de Comunicação da Febrac

CONSULTA PÚBLICA DOS RELATÓRIOS DE REFERÊNCIA PARA O INVENTÁRIO ESTADUAL DE GASES DE EFEITO ESTUFA DO ESTADO DE SÃO PAULO

sábado, 30 de outubro de 2010

CARTA DO SUL DA BAHIA PARA A CANDIDATA DILMA ROUSSEF E O CANDIDATO JOSÉ SERRA

Fonte: Ação Ilhéus

Ambientalistas encaminharam no dia 27 de outubro, uma carta para os dois candidatos a presidente, pedindo um posicionamento referente ao porto sul, considerando que este projeto poderá comprometer séria e irreversivelmente o Bioma Mata Atlântica do Sul da Bahia, afetando áreas protegidas como a Lagoa Encantada, o Parque do Conduru e a Apa de Itacaré Serra Grande, a atividade pesqueira e a paisagem turística da Costa do Cacau.

Leia a carta na íntegra:

Ilhéus, 27 de outubro de 2010

Ilma. Sra. Dilma Roussef, candidata á presidência da república pelo Partido dos Trabalhadores (PT)
A/C José Eduardo Dutra- Presidente do PT

Vimos por meio desta, expor nossa preocupação com a rica e importantíssima biodiversidade do Sul da Bahia, local onde se encontram 80% dos remanescentes da Mata Atlântica no Nordeste, reconhecidos pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e protegidos pela Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006), estão sob grave ameaça imposta por um projeto, Complexo Logístico Intermodal Porto Sul – CLIPS, que pretende implantar um complexo portuário na Ponta da Tulha, em Ilhéus, ancorado no interesse privado da empresa de capital internacional, Bahia Mineração (BAMIN), em escoar minério de ferro extraído de jazidas do município de Caetité (BA). O terminal marítimo de exportação de minério será ligado às jazidas pela futura Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que ligará a cidade de Figueirópolis (TO) à Ilhéus (BA).

Dessa maneira, a escolha da Ponta da Tulha para construir o complexo portuário, bem como a escolha do traçado final da FIOL, que desemboca em Ilhéus, destruirão uma área de megadiversidade, compreendida dentro de uma Área de Preservação Ambiental, a APA da Lagoa Encantada e Rio Almada, protegida pela atual legislação ambiental brasileira, em especial a Lei nº 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

O Sul da Bahia foi objeto de narrativas de importantes naturalistas, tais como Charles Darwin, Von Spix e Von Martius, além do príncipe Maximiliano Philipp zu Wied-Neuwied, que estiveram presentes na região e relataram suas experiências, constituindo referências históricas relevantes para o Brasil e o mundo. Esta região é caracterizada por sua extrema riqueza natural, histórica e cultural, abrigando um enorme patrimônio ecológico e socioambiental brasileiro, traduzido por paisagens de valor histórico e espécies animais e vegetais endêmicas e ameaçadas de extinção, que poderão ser exterminadas da face da Terra se não forem preservadas. Inclusive, o próprio Ministério do Meio Ambiente, na publicação “Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira: Atualização - Portaria MMA nº 09, de 23 de janeiro de 2007”, classifica a região em que se pretende implantar o terminal portuário da BAMIN como de importância biológica extremamente alta.

Esse patrimônio cultural e natural é resultado de relações históricas seculares de comunidades locais e centenas de milhares de produtores e trabalhadores rurais, pescadores, comunidades quilombolas e remanescentes indígenas cuja economia tem sido marginalizada ao longo de décadas. Suas atividades, se bem aproveitadas, poderiam ser a base de uma nova economia regional movida pela produção de cacau e chocolate, frutas, fibras naturais, indústria de base local e de micro e pequena escala, turismo e cultura regional. Cabe destacar que essas mesmas populações poderão ser as maiores vítimas de projetos corporativos como os da BAMIN. Empreendimentos como esse são capazes de destruir um projeto que pode enfrentar o desafio da geração de emprego para a região, baseada numa perspectiva integradora e com fontes de financiamento baseadas em critérios de sustentabilidade. Para isso, o Sul da Bahia, mais que qualquer outra região do país, reúne condições excepcionais para se desenvolver utilizando-se da natureza e garantindo a sustentabilidade dos sistemas naturais, o chamado ecodesenvolvimento.
A área onde se pretende instalar o terminal portuário da BAMIN está inteiramente incluída na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO, evidenciando o compromisso do governo brasileiro com a conservação e o desenvolvimento sustentável da área. Vale lembrar que a Mata Atlântica é reconhecidamente um bioma de importância global e sob ameaça de alto grau. Tendo perdido pelo menos 93% de seu habitat original, é considerado um hotspot, contendo mais de 1.500 espécies de plantas vasculares endêmicas (cerca de 0,5% do total mundial), cujos ecossistemas prestam inestimáveis serviços à sociedade, incluindo a manutenção de água de qualidade para as cidades e equilíbrio climático, além de compor uma das paisagens mais belas do mundo. Tal local, às margens do Rio Almada e da Lagoa Encantada, foi tombado pelo município de Ilhéus em 1991 e, em 1993, a mesma região foi alvo da criação da Área de Preservação Ambiental (APA) da Lagoa Encantada, ampliada em 2003 com o objetivo de conservar os valiosos ecossistemas remanescentes da Mata Atlântica na bacia do Rio Almada, sua nascente, os manguezais e áreas úmidas associadas a seu estuário. Dessa maneira, a implantação do Complexo Intermodal Porto Sul afetará áreas de preservação permanente, assim definidas pelo artigo 215 da Constituição do Estado da Bahia, como, por exemplo, recifes de coral, manguezais, dunas e restingas, além de comprometer a riqueza que as áreas indicadas possuem, tais como o abrigo de espécies raras da fauna e flora locais e a beleza cênica que compõe esse ecossistema, com imenso potencial de desenvolvimento de ecoturismo.

É importante destacar, ainda, a importância da biodiversidade marinha do Sul da Bahia, em especial os recifes de coral. O Brasil possui os únicos ambientes recifais de todo o oceano Atlântico Sul e o Sul da Bahia, por sua vez, possui a mais extensa área de recifes coralíneos do país. A fauna de coral formadora dos recifes é constituída por espécies que, em sua maioria, são endêmicas da província brasileira, ou seja, só existem em nosso país. Apenas vinte espécies foram identificadas até o momento, das quais oito estão presentes apenas no litoral baiano.

Recentemente, em abril de 2010, a UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz) fez um relatório para mapear os bancos de corais na área de implantação do porto da BAMIN, com dados obtidos através de mergulhos sistemáticos na região, e constatou a presença de recifes de coral dentro da área considerada como de influência direta do Terminal Portuário da Ponta da Tulha, com a presença de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Segundo esse relatório, caso o Complexo Porto Sul seja implantado, o banco recifal será seriamente impactado durante a construção da ponte projetada para dar acesso ao píer de atracação do porto, podendo impor sérios riscos de sombreamento e soterramento aos recifes de coral. Isso que dizer que toda a riqueza coralínea existente na região sofrerá um brutal impacto, que poderá ser até irreversível, caso os empreendimentos que compõem o Complexo sejam implantados.

Ainda a respeito dos recifes de coral, é importante ressaltar que, por deter alta importância biológica, é conferida à região uma enorme responsabilidade de proteção e uso sustentável desses ambientes, devido à variedade de bens e serviços que prestam, tais como (i) proteção do litoral contra a ação das ondas, (ii) berçários para as espécies marinhas, (iii) uso recreativo e turístico e (iv) fontes de compostos medicinais. Para garantir essa proteção, o Brasil tornou-se signatário da ICRI (International Coral Reef Initiative) - Iniciativa Internacional dos Recifes de Coral, tendo firmado compromissos no âmbito internacional para a proteção e conservação da biodiversidade. Além disso, cabe destacar que o Brasil também é signatário da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU), assumindo importantes metas de conservação da biodiversidade.

Considerando a vocação turística dessa região, a possível viabilização de um complexo portuário dessa magnitude significaria a sentença de morte de toda a cadeia de turismo e de uma rede de negócios baseada em uma economia de baixo carbono, inovadora e que aproveita as vocações e potencialidades da região, tais como a indústria cacaueira, de pesca e informática. Ao contrário do que a BAMIN tem afirmado em relação à geração de "milhares" de empregos, com a implantação do Terminal Portuário, serão gerados apenas 460 postos de emprego definitivos - com mão-de-obra especializada, ou seja, não contemplando a população local. Outra informação relevante é que a exploração da mina em Caetité se dará pelo período de 15 anos, e aliada à grande massa migratória que estima-se ser deslocada para a região, representarão um sério fator limitante à geração de empregos na região.

É imprescindível ressaltar que, sendo o turismo uma das principais atividades da região, ele tem um papel fundamental no combate à pobreza e é uma ferramenta crucial para o desenvolvimento sustentável. As principais motivações turísticas da Bahia são a NATUREZA e o PATRIMÔNIO HISTÓRICO. Sendo assim, a inviabilização dessas atividades turísticas, baseadas nos atrativos naturais e culturais do local, comprometerá todos os investimentos realizados até o momento pelo Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo - Nordeste) na região. Cabe citar que este Programa, financiado por recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para promover a expansão e melhoria da qualidade da atividade turística na Região Nordeste e para melhorar a qualidade de vida das populações residentes nas áreas beneficiadas, pode ter sua credibilidade institucional ameaçada com a implantação do Complexo Porto Sul.

Vale lembrar que ao lado de Caetité já existe uma ferrovia - a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que segue para o Porto de Aratu, na Baía de Todos os Santos, também já existente - que poderia ser revitalizada e utilizada para escoar o minério de ferro e exportar para o referido porto, sendo uma opção extremamente menos impactante dos pontos de vista econômico e socioambiental, afastando a necessidade de se construir uma nova ferrovia que interligue Caetité e Ilhéus e um novo porto na região da Ponta da Tulha.

Ocorre que, para atender basicamente aos interesses estratégicos da BAMIN, o traçado pensado até então para a ferrovia foi trazido mais para o sul, tornando-se significativamente maior e mais caro, firmando-se, ainda, uma situação de obsolescência de um importante sistema logístico.

Diante de todo o exposto, o terminal de uso privativo da BAMIN, bem como o traçado final da FIOL, em sua atual concepção, são incompatíveis com a preservação do bioma e do desenvolvimento sustentável da região.

Pelos motivos acima elencados, pedimos que a sra, sendo eleita à presidência da República, e tendo firmado um compromisso público de apoiar o desenvolvimento sustentável, reconsidere a implantação desse complexo na localização prevista, levando em conta os importantes atributos ambientais, sociais e culturais da região, sua vocação turística, o respeito à legislação brasileira, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável na Bahia e beneficiar a sociedade com uma melhor qualidade de vida, por meio de um modelo de desenvolvimento que gere renda e postos de trabalho mediante o uso sustentável do patrimônio ambiental, notadamente das unidades de conservação, inserindo a Bahia definitivamente em um modelo de desenvolvimento do século XXI, levando em conta as futuras gerações, uma economia mais justa e sustentável e o respeito à natureza e às reais vocações da região.

Assinam a carta:

Suzana M.Pádua, IPÊ – presidente do Instituto de Pesquisas Ecológicas
Leandra Gonçalves, Coordenadora de campanhas GREENPEACE Brasil
Maria do Socorro Mendonça, Presidente Associação Ação Ilhéus
Rui Rocha, Presidente Instituto Floresta Viva
Mário Mantovani, Superintendente SOS Mata Atlântica
Renato Cunha, Coordenador Gambá - Grupo Ambientalista da Bahia
Salvador Ribeiro da Silva Filho, Representante Legal do Movimento Mecenas da Vida
Adelício Barbosa dos Santos, Líder do Assentamento Bom Gosto Ilhéus
Clayton Lino, Vice Presidente RBMA - Rede Brasileira Mata Atlântica
Luis Paulo Pinto, Diretor do Programa Mata Atlântica Conservação Internacional - Brasil
Jorge Luiz dos Santos, Vice Presidente da Associação dos Funcionários da FUNASA
Edson Espírito Santo, Coordenador Movimento Pró Cidadão
Cleidemara Soares Coelho, Presidenta Associação dos Moradores Vila Juerana

COMUNIDADES LANÇAM CARTA ABERTA DENUNCIANDO DEGRADAÇÃO CAUSADA PELO PLANTIO DE EUCALIPTO

Apesar de já ter se passado quase dois meses, e eu ter tomado conhecimento somente agora, considero importante postar esta carta neste momento, por se tratar de um tema tão importante, atual, corriqueiro - o monocultivo do eucalipto -, tão presente no extremo sul da Bahia, dentre outras regiões, e que se alastra cada vez mais e mais.

CARTA ABERTA DA 1ª CAMINHADA ECOLOGICA EM DEFESA DA VIDA
E CONTRA O MONOCULTIVO DO EUCALIPTO
Comunidades impactadas pelos plantios de eucalipto nos municípios de Cordeiros, Piripá e Tremedal - BA

Nós, moradores das comunidades de Tapioconga, Lagoa Preta, Ilha de Dentro e Bela Vista - Município de Tremedal; comunidades de Lavador, Barra da Ilha, Bonito I, Bonito II, Lagoa de Cima, Santana e Pedra Preta - Município de Piripá; comunidades de Pedra Branca, São José e Mocambo - Município de Cordeiros, além de representantes das Paróquias de Tremedal e Piripá; representantes da Igreja Assembléia de Deus; agentes da Comissão pastoral da Terra; nos encontramos no dia 11 de setembro de 2010 para a realização de uma caminhada ecológica  em defesa da vida e contra a expansão dos plantios do eucalipto nas áreas dos gerais na divisa do Estado da Bahia com Minas Gerais.
A nossa caminhada, que partiu da Barragem de Tapioconga em direção ao povoado Lagoa Preta, com uma parada no povoado Ilha de Dentro, foi uma forma de alertar a população e chamar  a atenção das autoridades para a grave situação em que se encontra a região do Gerais,  berço das nascentes que alimentam vários rios que abastecem os municípios de Piripá, Cordeiros e Tremedal.
Esta região já vem sofrendo há anos com os impactos causados pelos plantios de eucalipto os quais já mataram diversas nascentes, causando o secamento do Rio Tapiogonga e levando os rios Lavador, Canabrava e Mocambo a um estágio avançado de degradação. Apesar dos estragos já ocasionados, com áreas totalmente desertificadas, os plantadores de eucalipto, movidos pela ganância, mantém forte investida sobre os moradores para a compra de suas terras e em alguns casos apropriando das áreas de uso comum utilizadas historicamente pelos moradores para criação a solta. Os gerais, ricos em Biodiversidade, vêm sofrendo um acelerado processo de desmatamento, tendo sua vegetação nativa transformada em carvão e sendo substituída por florestas de eucalipto. Novas plantações de eucalipto surgem a cada dia, avançando sobre as áreas das nascentes e que tem deixado as comunidades rurais em estado de alerta.
Nossas nascentes estão morrendo, nossos rios estão secando, a nossa vegetação sendo destruída e nossas comunidades estão sendo encurraladas. Faltam políticas públicas que viabilizem a melhoria da vida da população como estradas, educação, saúde e saneamento. Como se não bastasse, estamos perdendo a nossa terra a nossa riqueza natural, o que compromete nossa perspectiva de vida no lugar em que nascemos, crescemos, tiramos o nosso sustento e onde queremos reproduzir nosso modo de vida para dar seguimento a nossa historia através das futuras gerações.
Diante desta realidade, repudiamos a indiferença dos órgãos governamentais com a situação de destruição dos Gerais, das nascentes e dos rios; repudiamos a ganância dos fazendeiros pela apropriação das terras dos pequenos agricultores e das áreas de uso coletivo; repudiamos a irresponsabilidade dos usuários quando ao uso desordenado da água, inclusive para a irrigação de viveiros de mudas de eucalipto.
SOMOS CONTRA OS PLANTIOS DE EUCALIPTO, POIS EUCALIPTO NÃO É ALIMENTO.
O eucalipto devora nossa Terra, nossa Água e conseqüentemente, devora nossa gente.
Queremos continuar plantando a cana-de-açúcar, a mandioca, o feijão, o milho, cultivando hortaliças e frutas,             criando os nossos animais. Queremos ter respeitado nosso direito de celebrar, manifestar a nossa cultura e a nossa religiosidade, nosso jeito de ser e de viver. Queremos continuar vivendo em nossas comunidades, em nosso território.
Exigimos a intervenção dos órgãos responsáveis no sentido de indenizar a área da Barragem da Tapioconga, fazer o reflorestamento com espécies nativas da região e adotar medidas de garantia da preservação das matas em torno da barragem; exigimos a imediata suspensão do desmatamento dos Gerais e da produção de carvão com a punição legal dos responsáveis; exigimos a imediata suspensão do plantio de eucalipto; exigimos medidas que impeçam a apropriação das terras de uso comum pelos plantadores de eucalipto; exigimos a proibição da utilização da água da barragem da Tapioconga para irrigação de mudas de eucalipto; exigimos a proibição da utilização da água da barragem na lavagem de carros sobre tudo no período de estiagem.
Somos a favor da vida e da biodiversidade. Somos contra o monocultivo de eucalipto!
Lagoa Preta - Tremedal, 11 de setembro de 2010.
Participantes da 1ª Caminhada Ecológica em Defesa da Vida e Contra o Monocultivo do Eucalipto

O DESESPERO DA TERRA
Valvi Santos - Trabalhador rural da Comunidade de Lagoa do Meio – Piripá – BA             


Pedi a Deus inspiração
Tomei caneta e papel
Com toda dedicação
A este povo fiel
Recebi força e coragem
Para escrever esta mensagem
Narrada em verso de cordel

Logo me vem na memória
Os trabalhadores rurais,
Comunidades quilombolas,
Indígenas e outros mais
Que saiam da vida mesquinha
Que as comunidades ribeirinhas
Tenham direitos iguais

Do jeito que a coisa vai
Será um grande martírio
O que será que os pais
Vão contar pra os vossos filhos?
Se não tomarmos decisões
Os grandes espertalhões
Vão tirar o Brasil do trilho

Conheci esses lugares
Com suas árvores frondosas
Seus rios espetaculares
Com suas águas caudalosas
Mas, o tal desmatamento
Veio causar o sofrimento
Tornando a vida dolorosa

Vendo a riqueza explorada
Ilha de Dentro, Ilha de Fora, Lavador,
Santana, Pedra Preta e Queimada
Se vê um rastro de dor
Chorando a perda da propriedade
Envolve uma grande saudade
No peito do agricultor.

Conheci a Fazenda Bonito
Com suas riquezas naturais
Hoje está tão esquisito
Com a extinção dos animais
Com a destruição das pedreiras
E o aumento das carvoeiras
Vão secar os mananciais

Com o aumento das derrubadas
O sol fica mais quente
E as malditas queimadas
Poluindo o meio ambiente
Forma uma estiagem longa
Que faz o Rio Tapioconga
Secar a sua nascente

Ao acordar de madrugada
É de cortar o coração
Não se houve a passarada
Sinfonia do sertão
Com esta cultura de morte
Lamento a triste sorte
Da futura geração

Quem vive mal informado
Comete um ato profano
Dizendo ser Deus o culpado
Vejam que grande engano
Tudo é fruto da ganância
Prepotência e arrogância
Da mente do ser humano

Queremos o limite da propriedade
Embora surja uma guerra
Vamos lutar vem comunidade
Subindo morro, descendo serra
Vamos fazer acontecer
Unidos a CPT
Comissão Pastoral da Terra

Acreditamos nas associações
E nas nossas cooperativas
Como fortes batalhões
Em uma luta reunida
Igrejas católica e evangélica
Com muito jeito e ética
Lutam de cabeça erguida.

Temos uma arma na mão
Que irá nos ajudar
Pois todo bom cidadão
Deve se conscientizar
Seja um guerreiro de fato
Conheça bem o candidato
Para depois você votar.

Onde a mata foi destruída
Faça reflorestamento
Se alguma terra foi ocupada
Que haja assentamento
Apostamos num projeto novo
Fazendo com que este povo
Saia do sofrimento.

O povo já anda aflito
Pelo mísero salário
Com o plantio de eucalipto
Aumenta o grande calvário
Vendendo seu pedaço de chão
Só piora a situação
Quem ganha é o latifundiário

Despeço dessa assembléia
Pensando na classe operária
Que apóiem a minha idéia
E tenha força necessária
Que aprovem o plebiscito
Fazendo que cada político
Defenda a Reforma Agrária.


Fonte: CPT Sudoeste/ EcoDebate