"Onde funcionam as coisas é onde a sociedade se apropria dos seus processos." Ladislau Dowbor

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ENCONTRO PROMOVE DISCUSSÃO SOBRE GESTÃO DA FAUNA NA BAHIA

O Instituto do Meio Ambiente do Estado (IMA), através da Diretoria de Recursos Florestais Flora e Fauna (DIREF), realizou o primeiro Debate Sobre o Planejamento da Gestão da Fauna no Estado da Bahia, seguido de oficinas e formações de grupos de trabalho.
O encontro aconteceu no auditório do Zoológico de Salvador, na quinta-feira (04/11), e contou com a participação de técnicos do IMA, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (SEMA), do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA), do Instituto Chico Mendes (ICMBio), de professores e estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), de representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e da sociedade civil organizada.
O objetivo do debate e das oficinas é desenvolver o primeiro modelo participativo de planejamento da gestão da fauna, através do compartilhamento das experiências e estudos sobre o assunto, e discutir questões práticas relacionadas ao ordenamento, coleta, uso dos recursos e plano de manejo da fauna, no estado.
“Essa iniciativa da DIREF é louvável para que se faça uma transição gradativa das ações relacionadas à fauna, do Governo Federal para o Estadual, adquirindo conhecimento e experiência para traçar procedimentos adequados e conduzirmos as ações dentro de critérios técnicos pré-estabelecidos”, afirmou o Diretor Geral do IMA, Pedro Ricardo Moreira.
Um dos organizadores do debate, Marcelo Senhorinho, que é técnico da DIREF e especialista em políticas públicas, falou sobre essa iniciativa. “A idéia da oficina é que cada instituição que está desenvolvendo algo relacionado à fauna venha e apresente suas experiências, para a gente centralizar as discussões e avançar em alguns entendimentos”, explicou Marcelo Senhorinho.
Representando a Coordenação Regional do Núcleo Mata Atlântica, a Promotora de Justiça do MPE, Karine Guedes, deu uma palestra sobre a importância da articulação entre os órgãos ambientais do estado para promover uma gestão ambiental mais eficaz e falou sobre a importância do cumprimento da legislação ambiental vigente.
“O cidadão tem que entender que o animal silvestre fornece a todos nós serviços ambientais, como controle de pragas, reflorestamento, e tirando esses animais do habitat natural, ele está prejudicando a si mesmo, a toda a sociedade e a toda humanidade”, afirmou Karine Guedes, que fez questão de frisar: “A retirada, a comercialização, a caça, sem a licença ambiental devida, é crime, então aquele que se diz um cidadão honesto, acredito, não vai querer cometer um crime”, concluiu.
Para os técnicos que realizam a fiscalização ambiental no estado, o debate foi bastante útil, já que eles lidam constantemente com situações de apreensão de animais silvestres e têm que tomar decisões e dar a destinação correta para salvaguardar esses animais.
Valquírio Oliveira, técnico de fiscalização do IMA, lotado na Unidade Regional de Alagoinhas, relatou sua experiência nessa função: “Hoje, a maior dificuldade nossa é ter um local para destinar os animais apreendidos em nossas operações e a discussão sobre quais são os critérios de soltura e de implementação de locais adequados para coloca-los temporariamente são muito importantes”.
Entre os membros de sociedade civil organizada, estava presente o Grupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ), representado pela bióloga Maria Teresa, que é coordenadora executiva do grupo e dos projetos do Centro de Pesquisa e Manejo da Vida Silvestre, que falou da importância desse debate para a melhoria da gestão da fauna no estado.
“É um passo importante para nós, pois o estado precisa urgentemente de legislação, iniciativas, programas e políticas para a conservação de sua biodiversidade e aqui estão todos os órgãos que já trabalham com essas questões, para trocar experiências e definir quais são os passos que deverão ser dados daqui pra frente”, concluiu Maria Teresa.
Fonte: Ascom/IMA


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