Da China, uma proposta revolucionária para o transporte coletivo
Ônibus, metrô ou aerotrem? Em se tratando do futuro do transporte coletivo, há seguidores para cada uma dessas linhas. Pois a chinesa Shenzhen Huashi criou um sincretismo, o “ônibus rápido tridimensional”. Ele tem vagões e estações, mas não é metrô. E ainda passa por cima do trânsito. É ver para crer.
Segundo a engenheira Karen Li, da Shenzhen Huashi, o “ônibus” só precisa de uma ampliação na faixa de rodagem de 60 cm e a construção das estações, o que representaria apenas 10% do custo de construção por quilômetro de um metrô. Isso para ocupar duas faixas de rolagem em uma rua comum. O ônibus tem 2,2 metros de vão livre e 4,5 metros de bitola (com largura total de 6 metros), para permitir que dois carros rodem abaixo dele.
Como é todo movido a eletricidade, também é mais barato de manter que um ônibus comum. “Ele pode custar até 30% menos”, afirma Li. Outra vantagem do novo veículo é a rapidez na implantação da infraestrutura. “Construir 40 km de metrô pode levar até seis anos, com a obstrução de diversas vias. Para o ‘ônibus tridimensional’ rodar nos mesmos 40 km, o tempo gasto é de um ano”, diz. Diferentemente dos metrôs, não há um trilho eletrificado do qual o veículo dependa para se deslocar. O “reabastecimento” é feito quando ele para na estação.
A energia pode vir da rede elétrica ou das próprias estações, que terão tetos repletos de células fotoelétricas para gerar energia por meio da luz solar. Longe de ser uma ideia sem aplicação prática, o “ônibus rápido tridimensional” começa a operar, como protótipo, em um trecho de 9 km dentro dos seis anéis viários de Beijing. Um ano depois, a área de testes será ampliada para 120 km. Com o término dos testes, será construída uma via de operação normal para o veículo, a princípio com 60 km de extensão.
Gustavo Henrique Luffo
Revista Quatro Rodas – 10/2010
Revista Quatro Rodas – 10/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário