"Onde funcionam as coisas é onde a sociedade se apropria dos seus processos." Ladislau Dowbor

segunda-feira, 16 de maio de 2011

POPULAÇÃO DE CAETITÉ SE MOBILIZA E IMPEDE PASSAGEM DE COMBOIO RADIOATIVO

Caetité é um município baiano com aproximadamente 48 mil habitantes

Milhares de pessoas fizeram um cordão humano em frente ao Cemitério de Caetité, conseguindo impedir a passagem do comboio radioativo composto por 13 caminhões que chegou a cidade por volta das 19h de ontem (15/05/2011), carregados de material atômico destinado ao distrito de Maniaçu, onde funciona a única unidade de extração de urânio em atividade no país.
Impedidos de seguir por esta via, o comboio deu a volta e tomou o rumo da BR que leva à Lagoa Real, com a intenção de alcançar a Fazenda Cachoeira, onde fica a mineração de urânio. Os caetiteenses estão dispostos a permanecer em vigília toda a noite, e tentam fazer contato com a população da Lagoa Real para garantir a mobilização necessária a fim de impedir a passagem do lixo radioativo pela estrada que liga aquela cidade a Maniaçu. A Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité (BA), a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania foram as instituições promotoras da convocação. Cogitado anteriormente para chegar na próxima semana na Bahia, tudo indica que a viagem do comboio possivelmente vindo de São Paulo foi antecipada para o dia 15 de maio, revoltando a população local que se mobilizou para rejeitar a carga nuclear. Os sindicatos de trabalhadores do Rio de Janeiro e de Brumado estão questionando a insegurança com que este transporte está sendo feito e os riscos que representa para o ser humano e o meio ambiente.
Na última quinta-feira, a Rádio Educadora Santana de Caetité tratou do assunto, levantando a possibilidade da carga radioativa ser a mesma que saiu da cidade de Poços de Caldas (MG), na década de 1990, destinada a São Paulo, e a ser utilizada pela Marinha Brasileira em um projeto de submarino nuclear. Ainda segundo informações extra-oficiais, depois de usado no projeto, esse material ficou confinado em algum lugar da capital paulista até ser liberado para voltar a Poços de Caldas. Em 2000, o então governador de Minas, Itamar Franco, proibiu a entrada da carga no Estado. Os microfones da Educadora foram colocados à disposição da direção das Indústrias Nucleares do Brasil-INB e reservado o horário da sexta-feira para esclarecimentos, mas ninguém se pronunciou.

Zoraide Vilasboas
Coordenação de Comunicação e Ascom/Abará

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