"Onde funcionam as coisas é onde a sociedade se apropria dos seus processos." Ladislau Dowbor

segunda-feira, 30 de maio de 2011

PRÊMIO JOVEM CIENTISTA 2011


O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) comemorou seus 60 anos em um evento no Teatro Nacional, em Brasília, no dia 27 de abril, onde também foi apresentado o tema da edição de 2011 do Prêmio Jovem Cientista.

Neste ano, os estudantes deverão entregar trabalhos sobre “cidades sustentáveis”. As inscrições serão realizadas até 31 de agosto de 2011 , às 23h59min59seg (horário de Brasília), e deverá ser efetuada exclusivamente no endereço www.jovemcientista.cnpq.br - para as categorias “Graduado” e “Estudante do Ensino Superior”; e para a categoria Estudante de Ensino Médio , a inscrição poderá ser efetuada, preferencialmente, também no endereço www.jovemcientista.cnpq.br > Estudante do Ensino Médio ou pelos Correios, para o endereço: Fundação Roberto Marinho - Rua Santa Alexandrina, 336 – 1º andar – Rio Comprido – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20261-232.

Ao todo, são quatro categorias: graduados no ensino superior, estudantes de ensino superior, estudantes de ensino médio e mérito institucional.

Os três primeiros lugares entre os estudantes de ensino médio ganham laptops, assim como seus orientadores e escolas. As linhas de pesquisa são:

- ambientes sustentáveis: casa, escola, trabalho, espaços públicos;
- planejamento urbano e qualidade de vida;
- gestão das águas no meio urbano;
- políticas de mobilidade nas cidades;
- agricultura urbana;
- gestão de resíduos: orgânicos, inorgânicos e perigosos;
- e impactos das mudanças climáticas nas cidades.

Na categoria “graduados no ensino superior”, o primeiro lugar leva R$ 30 mil, o segundo, R$ 20 mil e o terceiro, R$ 15 mil. Entre os estudantes do ensino superior, os prêmios são de R$ 15 mil, R$ 12 mil e R$ 10 mil respectivamente. Os trabalhos devem ser sobre:

- vulnerabilidade, risco e mudanças climáticas nas cidades;
- urbanização, ambiente e gestão das águas urbanas;
- produção do espaço urbano e apropriação da natureza relacionada com a questão do solo, água, ventos e dos recursos energéticos;
- políticas urbana, ambiental e de saúde relacionadas com a questão do lixo;
- planejamento urbano, gestão e conflitos ambientais;
- políticas de transporte e de mobilidade nas cidades;
- agricultura urbana e cidade sustentável;
- implicações socioambientais da legislação urbana;
- paisagem urbana e arquitetura sustentável;
- e cidades em fronteiras transnacionais e gestão ambiental.

O “mérito institucional” premia R$ 35 mil cada para a escola de ensino médio e a instituição de ensino superior que tiverem os maiores números de trabalhos com mérito científico inscritos. Há ainda uma “menção honrosa” de R$ 20 mil para um cientista com doutorado de destaque na área.

Todos os premiados também ganham uma bolsa de estudo do CNPq e os primeiros colocados participarão da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) de 2012.

A premiação é uma iniciativa do CNPq, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a Gerdau e a General Electric do Brasil (GE).

G1 São Paulo

domingo, 29 de maio de 2011

SELO ESCOLA SOLIDÁRIA PRORROGA INSCRIÇÕES ATÉ 15 DE JUNHO

Assista abaixo a campanha do Selo/Foto: Divulgação

Escolas particulares e privadas, de educação básica, que desenvolvem projetos socioeducativos ainda podem se inscrever para participar do Selo Escola Solidária 2011, até o dia 15 de junho. Para participar, basta a escola escolher um projeto que esteja em andamento e preencher a ficha de inscrição no site do Instituto Faça Parte.

A certificação busca valorizar as melhorias para o ensino integrado às práticas sociais. As escolas que se inscreverem têm a oportunidade de mostrar como conseguem driblar questões do dia a dia e despertar a vontade dos alunos em aprender.

A coordenadora executiva do instituto, Karia Mori, explica a importância desses projetos: "É o que chamamos de voluntariado educativo, uma maneira de dar significado aos saberes escolares e à vivência de valores por meio do desenvolvimento de atividades sociais planejadas sem deslocar a escola da sua principal função: a de promover a aprendizagem e a formação para a cidadania".

Todos os projetos inscritos serão analisados de acordo com critérios estabelecidos pelo Instituto Faça Parte. Entre os quesitos estão "pertinência com conceito de voluntariado educativo", além de resultados pedagógicos e sociais alcançados até o momento.

Ao participar da rede reconhecida, cada escola terá seu projeto publicado no site do Faça Parte e poderá conhecer e trocar experiências sobre voluntariado educativo com escolas de todo o país. O resultado do Selo Escola Solidária será divulgado em setembro de 2011.

Assista abaixo a campanha de divulgação do selo:


Redação EcoD

sexta-feira, 27 de maio de 2011

PESCARIA DO FUTURO


Por: 
João Bosco - Jornalista, cartunista, ilustrador, caricaturista e chargista do jornal O LIBERAL, de Belém do Pará, desde 1988. Casado, uma filha, possui vários prêmios nacionais e internacionais em salões de humor, cinco livros editados. Tem trabalhos publicados nas revistas Veja, Você SA, Semana, Imprensa, Focus, revista Francesa Le Monde Magazine.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

SACOLAS PLÁSTICAS PERTO DE SEREM PROIBIDAS EM SALVADOR

Sacolas plásticas deixadas em aterros na Bahia demoram em torno de um século para se decompor
Foto: Ana_Cotta

Projeto de lei que proíbe utilização de sacolas plásticas em Salvador foi assinado nessa terça-feira, 17 de maio, por unanimidade na Câmara Municipal. Agora, a cidade está a um passo de se tornar mais uma entre o grupo das capitais (Cuiabá, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e mais recentemente São Paulo) que aprovaram leis que obrigam os estabelecimentos comerciais a não oferecerem mais as sacolinhas.

Dessa forma, o Plenário da Câmara assinou o projeto dos vereadores Pedro Godinho (PMDB), Andréa Mendonça (DEM) e Vânia Galvão (PT) que obriga a colocação de sacolas oxi-biodegradáveis para o acondicionamento dos produtos destinados a consumidores. Para entrar em vigor, só falta à lei ser sancionada pelo prefeito João Henrique.

De acordo com especialistas, uma vantagem das sacolas oxi-biodegradáveis é que em sua degradação inicial ela se decompõe pela oxidação acelerada por luz e calor. Num segundo momento, o plástico é biodegradado por microorganismos e os resíduos finais restantes não poluem o meio ambiente.

Segundo o verador Pedro Godinho, essas medidas, além de diminuir os impactos ambientais, evitam “um alto investimento financeiro para diminuir a poluição”.

Para Vânia Galvão, co-responsável pelo projeto de lei, a iniciativa busca a conscientização dos comerciantes e pretende eliminar fabricação, compra e uso das sacolas plásticas tradicionais, assim como aconteceu em Bangladesh e nos Estados Unidos.

Penalidades do projeto

Depois que a lei entrar em vigor, que depende da aprovação do prefeito, o comércio terá o prazo de um ano para se adequar à nova regra. Após esse período, as penalidades deverão começar.

Quem descumprir a lei primeiramente receberá uma advertência civil do ocorrido, com uma multa relacionada a 1% do faturamento da empresa. Se reincidir no erro, a pena de multa, graduada a partir da condição econômica do estabelecimento, deverá dobrar.
Redação EcoD

segunda-feira, 16 de maio de 2011

POPULAÇÃO DE CAETITÉ SE MOBILIZA E IMPEDE PASSAGEM DE COMBOIO RADIOATIVO

Caetité é um município baiano com aproximadamente 48 mil habitantes

Milhares de pessoas fizeram um cordão humano em frente ao Cemitério de Caetité, conseguindo impedir a passagem do comboio radioativo composto por 13 caminhões que chegou a cidade por volta das 19h de ontem (15/05/2011), carregados de material atômico destinado ao distrito de Maniaçu, onde funciona a única unidade de extração de urânio em atividade no país.
Impedidos de seguir por esta via, o comboio deu a volta e tomou o rumo da BR que leva à Lagoa Real, com a intenção de alcançar a Fazenda Cachoeira, onde fica a mineração de urânio. Os caetiteenses estão dispostos a permanecer em vigília toda a noite, e tentam fazer contato com a população da Lagoa Real para garantir a mobilização necessária a fim de impedir a passagem do lixo radioativo pela estrada que liga aquela cidade a Maniaçu. A Comissão Paroquial de Meio Ambiente de Caetité (BA), a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento Paulo Jackson - Ética, Justiça, Cidadania foram as instituições promotoras da convocação. Cogitado anteriormente para chegar na próxima semana na Bahia, tudo indica que a viagem do comboio possivelmente vindo de São Paulo foi antecipada para o dia 15 de maio, revoltando a população local que se mobilizou para rejeitar a carga nuclear. Os sindicatos de trabalhadores do Rio de Janeiro e de Brumado estão questionando a insegurança com que este transporte está sendo feito e os riscos que representa para o ser humano e o meio ambiente.
Na última quinta-feira, a Rádio Educadora Santana de Caetité tratou do assunto, levantando a possibilidade da carga radioativa ser a mesma que saiu da cidade de Poços de Caldas (MG), na década de 1990, destinada a São Paulo, e a ser utilizada pela Marinha Brasileira em um projeto de submarino nuclear. Ainda segundo informações extra-oficiais, depois de usado no projeto, esse material ficou confinado em algum lugar da capital paulista até ser liberado para voltar a Poços de Caldas. Em 2000, o então governador de Minas, Itamar Franco, proibiu a entrada da carga no Estado. Os microfones da Educadora foram colocados à disposição da direção das Indústrias Nucleares do Brasil-INB e reservado o horário da sexta-feira para esclarecimentos, mas ninguém se pronunciou.

Zoraide Vilasboas
Coordenação de Comunicação e Ascom/Abará

sábado, 14 de maio de 2011

BRASIL TERÁ PRIMEIRA ESCOLA COM CERTIFICAÇÃO SUSTENTÁVEL

                                                                                           Divulgação
Colégio Sustentável

O Brasil está prestes a ter sua primeira escola com certificação de sustentabilidade: no bairro de Santa Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, foi inaugurado sábado passado, 7 de maio, o Colégio Estadual Erich Walter, que está em processo final de auditoria para receber o selo Leed Schools de certificação ambiental. 

Concedido pelo GBC - Green Building Council, no Brasil, o selo Leed já foi conferido a 120 escolas no mundo - 118 ficam nos EUA, uma na Noruega e outra em Bali -, mas nunca no Brasil. Esta realidade, no entanto, está prestes a mudar: segundo a GBC, o processo de auditoria da escola pública Erich Walter deve ser finalizado em até cinco meses, dando ao colégio o título de primeira instituição de ensino do Brasil a receber certificação Leed Schools. 

Entre as características da escola que contribuíram para a certificação, estão: 
- área para armazenagem de lixo para reciclagem; 
- sistema de reaproveitamento de água da chuva; 
- painéis solares para geração de energia limpa; 
- bicicletário e vagas especiais para veículos de baixa emissão; 
- pavimentação permeável; 
- telhado verde; 
- iluminação com lâmpadas LED; 
- revestimento com baixos índices de compostos orgânicos voláteis; 
- equipamentos de ar condicionado eficientes; e 
- acessibilidade a alunos com necessidades especiais, com portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile. 

O projeto, desenvolvido pelo escritório Arktos - Arquitetura Sustentável, ainda poderá servir de modelo para outras 40 escolas públicas do país, que pretendem entrar com pedido de certificação na GBC-Brasil.

Débora Spitzcovsky
Planeta Sustentável - 06/05/2011

METANO LIBERADO NOS LIXÕES GERA ENERGIA ELÉTRICA

                                                 Fernando Stankuns / Creative Commons
Vista aérea do aterro Bandeirantes em Perus - São Paulo/SP


Transformar montes de lixo em algo produtivo, que diminui a quantidade de gases tóxicos lançados na atmosfera e ainda gera energia: essa é a ideia por trás das usinas de metano em funcionamento na cidade de São Paulo. Até 2007, cerca de 25% das emissões de gases de efeito estufa de São Paulo vinham dos aterros Bandeirantes (foto), ativo entre 1979 e 2006 e o maior da América Latina, e São João, que funcionou entre 1992 e 2007. 



Hoje, o metano (gás 21 vezes mais nocivo que o CO2) liberado pelos lixões é usado para gerar energia elétrica. Um acordo feito com a prefeitura permitiu que os dois lixões fossem explorados para produzir energia. As empresas responsáveis por eles (Loga e EcoUrbis - que cuidam do Bandeirantes e do São João, respectivamente) fecharam uma parceria com a Biogás para que o metano captado seja queimado e transformado em eletricidade. 



Os dois locais acumularam juntos 64 milhões de toneladas de lixo. O produto gerado por essa biomassa abastece 800 mil pessoas e reduz em 20% as emissões na cidade.


Ainá Vietro
Vida Simples - 12/2010

terça-feira, 3 de maio de 2011

AMAZONENSE PEDALA 23 MIL KM E PERCORRE PAÍS EM 347 DIAS


Valdeni Pinheiro saiu de casa, em Humaitá (AM), em 17 de maio de 2010.
Ele quer entrar no livro dos recordes.



Valdeni abraça a mãe, dona Raimunda das Chagas,
durante passagem por Humaitá, antes de encerrar
trajeto (Foto: Arquivo Pessoal/Valdeni Pinheiro)


O ciclista amazonense Valdeni Pinheiro Alves, 32 anos, completou 23 mil quilômetros de viagem e passou pelas 26 capitais do país e o Distrito Federal em 347 dias. Ele saiu de casa, em Humaitá (AM), em 17 de maio de 2010 e chegou ao último destino da viagem nesta sexta-feira (29), em Macapá. 

Após o feito, ele contou ao G1 que está "ilhado" na cidade, de onde não consegue voltar para casa, pois o caminho é impossível de ser feito de bicicleta. "Me prometeram uma passagem aérea de Macapá para Porto Velho, mas não recebi nada. A minha meta eu consegui completar, que era dar a volta pelas capitais do país em menos de um ano. Terminei o trajeto aqui [Macapá], mas agora quero chegar a minha casa antes do Dia das Mães, pois quero estar com minha mãe, que sempre me incentivou. De Porto Velho eu sigo de bicicleta para casa", disse Pinheiro.

Valdeni Pinheiro na linha do Equador, no Amapá, no fim do trajeto
por todas as capitais do país (Foto: Arquivo Pessoal/Valdeni Pinheiro)

Ele já tinha feito uma viagem semelhante em 2008, quando percorreu nove estados em cinco meses. "Depois de abraçar minha mãe, quero ver se consigo entrar no livro dos recordes. Por isso registrei toda a viagem em um caderno, como se fosse um diário de viagem, com carimbos de estabelecimentos comerciais, instituições e postos policiais por onde passava", afirmou o ciclista.

O aventureiro disse ainda que procurou registrar todos trechos com fotografias. "Eu colocava tudo no Orkut. Depois de tantas fotos, comecei a fazer algumas poses diferentes para deixá-las mais engraçadas."

Para conseguir o feito, ele seguia a rotina de pedalar, no mínimo, 100 quilômetros por dia. "O máximo que pedalei em um dia foram 220 quilômetros, de Água Clara (MS) até Carneirinho (MG). Normalmente eu acordava às 6h e já começava a pedalar. Quando estava atrasado ou precisava adiantar a viagem, saía logo às 4h. Sempre tinha um horário para começar, mas nunca tinha hora para parar."


Depois que saiu de casa, Pinheiro seguiu para Porto Velho, depois pedalou para Rio Branco, voltando em seguida para Porto Velho, de onde saiu para Cuiabá, Goiânia, Palmas, Belém, São Luís, Teresina, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Vitória e Rio de Janeiro.

Em seguida, ele foi para São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, voltou para Florianópolis, Curitiba, passou por Campo Grande, Belo Horizonte, Distrito Federal e Goiânia. Pinheiro voltou a pedalar por Cuiabá, Porto Velho, Manaus, Boa Vista e Macapá.

"Agora, preciso de um avião ir até Porto Velho, de onde pedalo mais 210 quilômetros para ver minha mãe, em Humaitá. Estou com saudades dela. Não comprei presente, mas acho que ela vai gostar de me receber como presente para ela. Vou dar minha bicicleta, que usei por toda a viagem, para ela", disse Pinheiro.


Ciclista pedala 8 meses (Foto: Glauco Araújo/G1)

Assalto

Em Porto Velho, Pinheiro passou pelo primeiro problema sério em sua trajetória. “Fui assaltado. Levaram meu capacete e meu diário de viagem. Fui assaltado de novo, em São Luís. Passei um período da viagem sem capacete. Eu pedia para as pessoas me ajudarem a arrumar um capacete, mas tive de andar dez capitais sem essa segurança.”



O ciclista lembrou do amigo que fez durante a viagem, quando passou pela Praia de Copacabana. “Foi um vendedor ambulante que me deu um capacete novo. Ele se chama Ligeirinho. Sou muito agradecido a ele por esse capacete.”

Dificuldades


Pinheiro afirmou que o pneu da bicicleta furou 45 vezes durante a viagem. "Foram seis jogos de catraca, coroa, rolamento e corrente. Troquei de selim uma vez, troquei um par de aro, quatro eixos, seis rolamentos de cubo e um calção. O meu rasgou no caminho. O capacete também é outro, desde o assalto."


No guidão, o ciclista levou fotografias de pessoas queridas, adesivos de estabelecimentos comerciais que o apoiaram, além de um reservatório de água. No bagageiro, apenas poucas peças de roupas e os cadernos de anotações.

Glauco AraújoDo G1, em São Paulo

ARGENTINO CONSTRÓI CASA COM 6 MILHÕES DE GARRAFAS

Artesão recolheu os objetos durante 21 anos.

Dos 6 milhões de garrafas, pelo menos 100 mil são de cerveja.


                                                                                   Foto: Clarín.com

O artesão argentino Rubén 'Tito' Ingenieri, 47 anos, usou cerca de 6 milhões de garrafas para construir sua casa, uma oficina de arte e um farol.

Tito mora na cidade de Quilmes, a 20 minutos da principal cervejaria argentina. 'Destes 6 milhões de garrafas, pelo menos 100 mil são de cerveja', disse ele à BBC Brasil.

O artesão, que não consome bebidas alcoólicas, recolheu as garrafas durante 21 anos. Elas foram encontradas na rua e doadas por moradores ou pela prefeitura local.

'Em um vídeo que fizemos para promover o museu, apareço bebendo numa garrafa de cerveja, mas é água. O que vale é a garrafa', disse.

Tito diz que a sua casa é também um museu, tendo recebido delegações do Japão, da Holanda, da Noruega e do Canadá.

                                                                                                                 Foto: Clarín.com

'(Construir casas com garrafas) pode ser uma solução para o problema da moradia. É muito mais barato que uma casa de tijolos', afirmou.

A casa está aberta à visitação publica, com entrada gratuita. O argentino afirma que, às vezes, 40 pessoas percorrem o local ao mesmo tempo.

A casa, com pisos e escadas de madeira, tem um quarto, uma sala, uma sala de jantar, um banheiro e uma cozinha.

'É uma casa como qualquer outra, mas com mais cores e iluminação graças aos tons das garrafas', disse. Tito, que iniciou, mas não concluiu, os estudos em belas artes, se define como um 'operário das artes'.

Oito horas por dia

Durante os 21 anos em que recolheu as garrafas, Tito diz ter trabalhado 8 horas por dia nas construções à base de ferro, areia, cimento, madeira e uma cola para prevenir a umidade. 'Soldei cada detalhe destas obras. Estou satisfeito com o resultado'.

Tito é porteiro em uma escola na localidade de Bernal, a 25 minutos de Quilmes. Além da casa onde mora, ele construiu a oficina, onde ensina aos interessados o que aprendeu sozinho, e um farol de 12 metros de altura.

O artesão afirma que se mudará para o farol quando ele ficar pronto, em dois meses. 'O farol também tem quarto e sala, mas com mais requinte que a casa-museu, porque é mais alto', disse.

No planos de Tito, está a construção de uma sala de cinema para os moradores locais, dentro da casa. 'Quero que muitos vejam que é possível fazer tudo isso sozinho. Com estas casas seria possível resolver problemas dos sem-teto e com criatividade'.

                                                                                                               Foto: Clarín.com


BBC